O trabalho multidisciplinar de profissionais gabaritados surtiu o efeito esperado

A armadora Aruzha Michaski, de 31 anos, uma das jogadoras mais experientes e capitã da Pró-Esporte/Sorocaba, está totalmente recuperada de uma artroscopia para retirada de um corpo livre no joelho esquerdo, que a impossibilitou de jogar a edição de 2022 do Campeonato Paulista, retornando apenas no playoff da Copa São Paulo do ano seguinte, mas ainda com dores.

Aruzha está livre das dores no joelho / Foto: Kamila França/Pró-Esporte

Agora, após a recente disputa dos Jogos Abertos do Interior, a jogadora foi reavaliada pelo experiente médico Daniel Gonçalves Doca, na tarde de terça-feira (10 de outubro), em Sorocaba (SP), e recebeu alta definitiva. “A Aruzha precisou de muito trabalho para se recuperar plenamente. Quero agradecer a todos que estiveram ao lado dela nesse processo”, destacou o técnico Marcinho, da Pró-Esporte/Sorocaba.

De acordo com o Dr. Doca, a intervenção correu conforme o planejado. “A Aruzha é uma atleta com a carreira mais longa, de alta performance e já joga basquete há bastante tempo. Ele me procurou com uma queixa de dor, limitação funcional e travamento no joelho, além de um pouco de inchaço, vindo de algum tempo já. A avaliação indicou a possibilidade de uma lesão osteocondral ou meniscal e, de acordo com o exame de imagem através da ressonância magnética o diagnóstico foi mesmo de a lesão osteocondral, com um corpo livre, ou seja, um fragmento de cartilagem solto no local. E isso estava provocando o bloqueio, o travamento e o inchaço. Esse quadro a impedia de jogar”, relatou.

Aruzha e o Dr. Daniel Gonçalves Doca / Foto: Divulgação/Pró-Esporte

O tratamento nesses casos é mesmo cirúrgico, sem outra alternativa. “A Aruzha já tem um pouco de processo degenerativo no joelho por conta de toda a carreira, o que impossibilitou, naquele momento, a realização de um reparo de cartilagem, pois poderia trazer um dano maior no local e encurtar ou impedir que ela desse sequência à carreira. Com esse panorama, a cirurgia foi mais resolutiva e menos agressiva possível, visando remover o corpo livre e fazer uma limpeza do quadro inflamatório. E depois partir para um tratamento fisioterápico bem feito, seguido de um reforço muscular importante”, acrescentou o Dr. Doca.

“No pós-operatório inicial, a Aruzha teve um pouco de dificuldade para ganhar a força muscular, porque ainda apresentava um pouco de dor, mas depois de um certo tempo isso foi melhorando. Ela realizou também a aplicação de ácido hialurônico para amenizar um pouco da sintomatologia da cartilagem. E evoluiu bem na parte muscular. Atualmente, a jogadora encontra-se recuperada, participando dos jogos e treinos, com uma performance bem satisfatória. Trata-se de um caso que foi possível devolver a Aruzha ao esporte, mas ciente que a lesão de cartilagem continua lá e que infelizmente não tem uma cura absoluta. O importante, no entanto, é vê-la de volta a sua rotina profissional, com atuações satisfatórias”, complementou o médico responsável pela intervenção cirúrgica.

Aruzha e Neemyas Adão / Foto: Divulgação/Pró-Esporte

O fisioterapeuta Neemyas Souza Adão relata que foi fácil ter sucesso na recuperação da jogadora, pois ela sempre foi e se mostrou extremamente comprometida com tudo que lhe era proposto a fazer nos cuidados fora da clínica. “Recebi a Aruzha na Clínica Resiliency para uma avaliação do joelho. Acompanhada pelo parceiro ortopedista Daniel Doca optamos inicialmente pelo tratamento conservador apesar de no exame de imagem ter apresentado presença de corpos livres intra-articular, além dos desgastes pelo uso e repetidos traumas e desgastes durante os anos de atividade esportiva. Foram três meses de tratamento conservador, incluindo incialmente combate a inflamação, controle da dor e edema, liberação de tensões musculares em determinados grupamentos e ativação de outros, além de mobilizações passivas. Evolução no decorrer desse período foi boa, houve melhora de mobilidade de quadril, joelhos e tornozelo, a sensação de ‘travar’ relatada anteriormente já não era frequente como antes, porém continuou acontecendo quando voltamos a introduzir atividades em quadra”, explicou.

“Passado esse processo foi decidida a opção pela artroscopia feita pelo mesmo parceiro médico, especialista no caso. Tendo em vista que já havia sido realizado um trabalho de três meses pré-operatório a cirurgia foi muito bem-sucedida, o pós-operatório sem intercorrências e dentro de oito semanas a Aruzha já estava em quadra”, completou Neemyas.

Aruzha em ação nos Jogos Abertos / Foto: Divulgação

Já Aruzha Michaski está feliz com o resultado de tanto esforço. “A cirurgia foi um sucesso, tive poucas dores, tanto é que no dia seguinte já estava fazendo fisioterapia com o Neemyas, que na primeira semana me atendeu em casa. Fiz o tratamento diário com ele, depois fui atendida na clínica mesmo durante dois meses. Entrei de férias com o time, mas mantive o tratamento e os treinamentos específicos. Voltei para Sorocaba no começo de fevereiro já treinando com bola e fazendo academia. Nesse momento comecei a sentir o outro joelho, não o operado: uma tendinite, pois tenho um desgaste de cartilagem e sobrecarregou. Com isso, fiquei fora mais um tempo, mas com o Neemyas e o Dr. Daniel Doca trabalhando em conjunto, consegui fazer gradativamente o tratamento e ir fortalecendo para que pudesse ganhar músculo e fortalecer a minha perna para o que o joelho doesse cada vez menos”, relatou.

“Foi um processo doloroso, trabalhoso e difícil. Mas, hoje estou sem dor. Foi a primeira semana que não senti nada depois de partidas seguidas e intensas nos Jogos Abertos. Sigo em tratamento com o Dr. Millen Puccinelli, que é um médico esportivo. Estou sendo acompanhada e muito assistida por profissionais incríveis. O trabalho de todos, com muita dedicação, deu frutos”, finalizou a armadora.