Marta Sobral foi anunciada como nova secretária de Esporte de Alto Rendimento

Foto: Ronaldo Caldas

A medalhista olímpica e ex-jogadora de vôlei Ana Moser assumiu, oficialmente, o comando do Ministério do Esporte nesta quarta-feira (04 de janeiro). Em solenidade de transmissão de cargo, realizada em Brasília (DF), a ministra enfatizou a necessidade de tornar a prática esportiva acessível para todos e de desenvolver o esporte amador. Ela brincou que a missão é mais difícil que a vivida com a Seleção Brasileira nas quadras contra Cuba.

“Muito mais que honra, essa é uma missão que recebo em nome de uma causa, que é garantir o direito de todos ao esporte”, afirmou a ministra. “Este foi o pedido feito pelo presidente: fazer uma revolução no esporte, uma revolução do esporte na educação, na saúde, na assistência social, dentro dos municípios. Oferecer acesso ao esporte e à atividade física na vida de todos e todas, e também desenvolver o esporte amador”, completou.

Para tornar a prática esportiva mais democrática e ampla, Ana Moser acredita que a pasta precisará focar na base da pirâmide. “É inverter a lógica que sempre colocou como prioridade o esporte de rendimento, o topo da pirâmide, de uma estrutura que deveria ser garantidora, na prática, do direito de todos ao esporte que está previsto na Constituição”, defendeu.

A ex-atleta lembrou ainda os altos índices de sedentarismo no Brasil, agravados pela pandemia de Covid-19, e pediu a integração entre as pastas e os poderes públicos. “Sempre foi um grande desafio sensibilizar as lideranças para entenderem realmente o potencial do esporte e defenderem que ele aconteça na vida das pessoas. Precisamos desenvolver a cultura da prática motora, da prática esportiva, inserida nas famílias, nos bairros, nas cidades”, convocou.

“Eu diria que um milagre aconteceu para quem defende o esporte como um direito de todos. Acho que não seria eu nessa cadeira se não fosse essa intenção”, definiu. “Nossa proposta é buscar estratégias, recursos e parcerias para implantar o acesso ao esporte e à atividade física em todo o país, para a maior parte da população que possamos atender”, acrescentou Ana Moser.

A ministra destacou ainda que trabalhará com o Congresso Nacional no avanço da Lei Geral do Esporte e do Plano Nacional do Esporte. “Vamos dar um foco grande na conversa com o Legislativo e com os outros setores para que essas legislações avancem e possam dar a base para termos mais gente praticando esporte”, disse Ana Moser, que ainda aproveitou o evento para homenagear três ídolos brasileiros: Sócrates, Pelé e Isabel Salgado, também ex-jogadora de vôlei e que faleceu em novembro.

Sempre foi um grande desafio sensibilizar as lideranças para entenderem realmente o potencial do esporte e defenderem que ele aconteça na vida das pessoas. Precisamos desenvolver a cultura da prática motora, da prática esportiva, inserida nas famílias, nos bairros, nas cidades”

Apoio
O Ministério do Esporte volta à Esplanada dos Ministérios com o suporte de outros ex-atletas no comando da pasta. Marta Sobral, duas vezes medalhista olímpica com a seleção brasileira de basquete (prata em Atlanta 1996 e bronze em Sydney 2000), foi anunciada como nova secretária de Esporte de Alto Rendimento. Diogo Silva, um dos maiores nomes do taekwondo brasileiro e ouro nos Jogos Pan-americanos Rio 2007, integra a nova equipe. A Secretaria Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor ficará a cargo do professor José Luis Ferrarezi.

Marta Sobral / Foto: Ronaldo Caldas

“A volta do ministério com uma mulher é perfeita. Fico feliz e arrepiada porque a gente sabe a importância que a mulher tem. A Ana Moser tem projetos sociais e não é de hoje. Ela sabe as dificuldades que o atleta tem”, ressaltou Marta Sobral.

Participaram da solenidade os ex-ministros do Esporte Orlando Silva e Leandro Cruz. Também estiveram os atuais ministros da Educação, Camilo Santana, do Trabalho, Luiz Marinho, da Saúde, Nísia Trindade, da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, da Mulher, Cida Gonçalves, da Igualdade Racial, Anielle Franco, e da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius de Carvalho.