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Gustavo De Conti foi apresentado oficialmente como novo técnico da Seleção Brasileira Masculina. Na terça-feira (28 de setembro), na sede do Comitê Olímpico do Brasil (COB), no Rio de Janeiro (RJ), o treinador foi apresentado em coletiva de imprensa ao lado do diretor institucional Marcelo Sousa e do diretor do naipe masculino, Diego Jeleilate.

Logo no início da coletiva, Gustavo se emocionou ao falar sobre a sua chegada ao cargo de treinador da Seleção. Nascido no Rio de Janeiro, De Conti trouxe para a coletiva a esposa e as filhas, para quem dedicou suas primeiras palavras e acabou chorando.

Gustavo começou na base do CA Ypiranga, ainda aos 17 anos, quando era jogador do CA Paulistano. Depois, passou pelas categorias de base do próprio Paulistano, assumiu o time profissional e então chegou ao CR Flamengo. De lá para cá, foi tricampeão do Novo Basquete Brasil (NBB), venceu a Champions League Americas e foi tricampeão carioca pelo Flamengo.

O primeiro desafio de Gustavo com o Brasil será em novembro, com o começo das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2023. O Brasil fará dois jogos no Chile, diante do time da casa, nos dias 26 e 27 de novembro. A Eliminatória e o futuro Mundial no Japão, Filipinas e Indonésia é o caminho para Paris 2024.

O evento contou com a presença do Diretor Geral do COB, Rogério Sampaio, do gerente de planejamento do COB, Sebastian Pereira, do presidente do CBC, Paulo Maciel, do presidente da LNB, Delano Franco, do vice-presidente de esportes olímpicos do Flamengo, Guilherme Kroll, do diretor de esportes olímpicos do Flamengo, Marcelo Vido (ex-jogador da Seleção), de Gerasimes “Grego” Boziks, presidente de honra da ConsuBasquet e membro FIBA, além do presidente da FBERJ, Daniel Riente, Leonardo Bruno, representante da ATBB.

 

Foto: Divulgação/CBB

 

Trechos da entrevista

“Dizer que pra mim, que é um momento meu de agradecimento. Primeiro à minha família, e fala de família, Seleção Brasileira, essas coisas se misturam. Desde que me entendo por gente, tive o sonho de chegar aqui. Comecei em 1987 e todos sabem o que aconteceu no basquete brasileiro nesse ano. Sempre fui muito incentivado pelo meu pai, que não está mais aqui, e me apoiou muito. Minha mãe, que liga a TV e escolhe um time para torcer. Que ama o esporte. Esteve comigo. E o privilégio de encontrar e casar com uma pessoa que adora esporte, ama basquete, minhas filhas, que estão sempre juntas”.

“Eu quero que seja mais leve, e com sentimento envolvido por todas as partes. Não sou dono da Seleção Brasileira, nem do basquete brasileiro. É uma responsabilidade de todos, de dirigentes. Temos obrigação de fazer o melhor pelo basquete. Gostaria que esse sentimento estivesse em todas as convocações. Não que não teve antes, mas que todos queiram estar com a seleção, treinar, abrir mão de todas as coisas”.

“Agradecer a confiança do presidente Guy Peixoto Jr, do Marcelo Sousa, da CBB, e do Flamengo, na pessoa do presidente Landim, do Guilherme Kroll, do Marcelo Vido, desde os primeiros momentos, não teve nem muita discussão, sempre me incentivaram, o que demonstra um pensamento engajado com o basquete brasileiro. Comissões técnicas que trabalhei na história, o Flamengo por último, mas todos, o Ypiranga, Paulistano. Oportunidades que me deram como jovem. Agradecer muito”.

“Respeito todas as histórias, mas tenho a minha. Eu comecei em escolinha, com crianças, passei por todas as categorias de base. Seleções estaduais de base, seleções nacionais de base, Paulistano. Até ter a oportunidade como técnico do Paulistano, e agora no Flamengo. Respeito muito a história de todos, mas tenho muito orgulho da minha”.

“Temos que ir passo a passo, com os pés no chão, mas o primeiro objetivo já é a primeira janela. Temos objetivos macro, Copa do Mundo, onde o Brasil nunca ficou de fora, voltar para a Olimpíada, mas vamos uma coisa de cada vez”.

“Tenho o benéfico de estar no Brasil diariamente, então posso acompanhar os jogadores diariamente, ver os atletas, mas conto também com um dos meus auxiliares, o Helinho, que tem feito um grande trabalho em Franca e tem lá jogadores que serão importantes para a Seleção. E no exterior, temos jogadores em vários países, atletas também importantes. E teremos nos EUA o Tiago Splitter, observando os jogadores nos EUA, se encontrando com eles. Esse mapeamento, essa observação, inclusive com técnicos como o Paulão Prestes, que está no Bayern, da Alemanha, serão importantes na nossa rede de observação. Teremos uma rede de pessoas trabalhando junto para ajudar a Seleção”.

“O sucesso da Seleção é bom para todo mundo. Quero trazer um pouco da escola europeia, de um jogo mais pausado, e também um pouco do basquete de transição dos EUA, veloz, físico, com marcação forte. Espero que nossa seleção possa ter volume de jogo, com muita dinâmica”.

“No mundo inteiro, tem um jogador que tem uma história, e surge um jovem, ioga bem três, quatro jogos, todo mundo gosta do novo. As vezes a gente fica muito ansioso, mas precisa ter calma. Nenhum jogador antigo vai jogar só com o nome, mas não podemos descartar ninguém por um ou dois jogos”.

“A gente não pode negar que jogadores fora do país, Espanha, Itália, EUA, jogam em um nível maior. Mas precisam estar performando. Isso não é nenhuma vantagem. Não adianta ir pra Espanha e jogar no último colocado do campeonato. A situação dos jogadores, de dispensa, de pedidos, ficará mais com o Diego (Jeleilate), mas precisa ter sentimento envolvido. E isso tem que ficar claro daqui e de lá. Em um time, tem o objetivo coletivo, mas cada um tem seu objetivo individual. Mas nunca pode ser maior que o coletivo. Se de repente, naquele momento, o objetivo pessoal dele for maior, aí sim ele precisa ficar de fora. A Seleção é pra quem quer tá na Seleção. Eu vou falar aqui, mas no sentido positivo, hoje, nós não temos nenhum jogador insubstituível”.